terça-feira, 2 de abril de 2024

IGNORADO: 29 ANOS DE CRIAÇÃO DO "PROJETO IGUAÇU" O PROJETO DE COMBATE AS ENCHENTES NA BAIXADA FLUMINENSE

Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, segue com regiões alagadas em mais de 24 horas depois da chuva.
Na foto, bairro Pilar. — Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo Jan/2024

BAIXADA FLUMINENSE
- Trouxemos pra vocês alguns trechos retirado do RELATÓRIO FINAL do Plano Diretor de Recurso Hídricos das Bacias dos Rio Iguaçu, Botas e Sarapuí batizado de "PROJETO IGUAÇU", o projeto técnico de Combate as Inundações e Enchentes nos municípios da Baixada Fluminense, projeto que foi criado ao longo de quase 10 anos (após as Enchentes de 1988) de pesquisas baseados no histórico de eventos climáticos, enchentes e inundações que atingiram a região desde o Brasil Império por técnicos da COPPE/UFRJ em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro através da SERLA (INEA) além de terem sido feitas várias pesquisas de campo e discussão com o movimento social organizado e com a população atingida. É O MAIOR PROJETO DE PREVENÇÃO DE ENCHENTES DO BRASIL mas que infelizmente devido ao "interesse ou desinteresse político" permaneceu "engavetado" por quase 14 anos de 1995 à 2008 tendo iniciado suas ações efetivas em 2009 através do PAC 1 e essa inércia dos governos só fez foi agravar mais a situação na Baixada e a vitimar cada vez mais pessoas.
  
Acompanhe esse resumo...

A parcela da Baixada Fluminense localizada nas cercanias da cidade do Rio de Janeiro, destacada no mapa de localização, foi objeto de inúmeras intervenções patrocinadas pelo Governo Federal para combate às enchentes, a partir da década de 30. Entre estas, a construção de canais, diques, comportas e estações de bombeamento que visavam essencialmente o combate às endemias de veiculação hídrica e a recuperação de extensas áreas alagadiças. As estruturas hidráulicas foram projetadas para uso agrícola, e não urbano, já que os critérios de projeto então empregados admitiam a ocorrência de inundações de curta duração.

O processo migratório que se iniciou a partir da década de 50, e que se acelerou a partir da década de 70, fez com que as áreas fronteiriças à cidade do Rio de Janeiro fossem intensamente ocupadas por numerosos contingentes populacionais que lá foram edificar suas moradias, em geral de forma desordenada. Hoje, a Baixada Fluminense abriga mais de 2 milhões de habitantes em 6 municípios.


O caótico processo de urbanização acarretou as seguintes consequências:

• Ocupação do leito maior dos rios e em muitos casos do leito menor, o que tem impossibilitado a construção de avenidas canais e a manutenção dos cursos d'água;

• Acelerado processo de assoreamento, devido ao desmatamento das encostas e ao lixo não recolhido por administrações municipais bastante carentes;

• Aumento do escoamento superficial devido à impermeabilização da bacia hidrográfica;

• Destruição das estruturas hidráulicas, particularmente Comportas e Bombas, para venda dos componentes como sucata, ou por puro vandalismo.

Não é surpresa, portanto, que diferentes tempestades de verão com intensidades semelhantes formem contingentes de flagelados cada vez mais numerosos, à medida que passam os anos. O problema tem sido agravado pela política de saneamento, que apesar de levar água encanada à maior parte dos domicílios da Baixada, tem falhado no estabelecimento de uma estrutura de coleta e tratamento de esgotos. Hoje toda a Baixada é entrecortada por uma rede de valas poluídas que transbordam por ocasião das chuvas, causando sérios problemas de saúde para a população.


Em fevereiro de 1988, uma cheia excepcional deixou um rastro de destruição, mortes e doenças. Este evento motivou o Governo do Estado do Rio de Janeiro a criar um programa emergencial de re-estruturação da infra-estrutura urbana das áreas afetadas, com ênfase em obras de macrodrenagem.

Ilustração de ações feitas pelo DNOS/1934 e previstas no Programa RECONSTRUÇÃO RIO. Planágua/2001

O programa, chamado de Reconstrução-Rio, obteve financiamento do Banco Mundial (BIRD) e da Caixa Econômica Federal (CEF). Por diversas razões de caráter político-administrativo, a parte principal das obras de macrodrenagem, no valor total de US$150 milhões, foi realizada no biênio 1994-95, sob coordenação do Eng. Paulo Canedo de Magalhães.

Constou principalmente de:

• Melhoria da capacidade de escoamento dos rios e canais, através da dragagem e/ou canalização dos cursos d’água;

• Construção de duas barragens de contenção de cheias, localizadas no campo de provas do Exército em Gericinó;

• Proteção de margens dos cursos d’água contra erosão, nos casos de risco para vias públicas, casas e outros equipamentos urbanos;

• Remoção/substituição de equipamentos urbanos sub-dimensionados, tais como PONTES BAIXAS ou curtas, tubos de drenagem com dimensões insuficientes, entre outros. Estes equipamentos, instalados pelas prefeituras municipais sem um estudo hidráulico correto, funcionavam nas enchentes como "rolhas", se constituindo em obstáculos ao escoamento;

• Remanejamento de adutoras e/ou gasodutos que cruzavam transversalmente os cursos d'água em cotas inadequadas, que funcionavam nas enchentes como "retentores de lixo".

Ilustração de funcionamento de um PÔLDER DE INUNDAÇÃO como uso de Diques, Comportas e Estação
de Bombeamento. Planágua/2001

Cerca de 30% dos gastos de macrodrenagem do Programa Reconstrução-Rio foram empregados refazendo obras de engenharia projetadas no passado sem a devida atenção para os efeitos que tais obras teriam sobre a drenagem. Deve-se registrar a necessidade de uma atuação preventiva mais efetiva por parte do Estado através da implantação de mecanismos de licenciamento de obras que respeitem os devidos critérios técnicos.

A principal dificuldade encontrada na implantação das obras do Projeto Reconstrução-Rio foi equacionar corretamente a questão do reassentamento da população ribeirinha, cujas habitações além de se encontrarem em área de risco também impediam a execução dos serviços. O Programa Reconstrução-Rio providenciou o reassentamento de cerca de 2500 famílias, que haviam invadido as áreas marginais aos cursos d’água, vivendo, em sua maioria, em precárias condições de segurança e de saneamento. Estas invasões tem ocorrido devido a falta de uma política habitacional que atenda à demanda por áreas para construção de moradias na região. Por outro lado, historicamente o poder público, incluindo o judiciário, tem sido ágil em fazer respeitar o princípio da propriedade privada, impedindo a ocupação de terrenos particulares, ainda que desocupados e fora de áreas de risco, mas não tem demonstrado a mesma agilidade quando se trata de impedir a ocupação de áreas públicas de risco, como são as margens dos rios.

Agindo assim, o poder público desrespeita o interesse da maioria da população que irá sofrer duplamente as conseqüências do estrangulamento dos cursos d’água provocado pelas construções ribeirinhas. Por um lado sendo atingido com o agravamento dos efeitos das inundações. Por outro lado todos arcam com o ônus financeiro derivado da necessidade de se adotar uma solução técnica mais cara, piorando o projeto, para reduzir relocações. Por exemplo, em diversos trechos das obras do Programa Reconstrução- Rio, não foi possível encontrar uma solução exeqüível para o reassentamento, face a pouca disponibilidade de alternativas habitacionais capazes de satisfazer as condicionantes sociais e políticas. Nestes casos foi necessário mudar o alinhamento do projeto inicial aumentando a extensão de galerias/canais a construir, ou trocando a seção hidráulica do canal de terra para concreto para minimizar o reassentamento. Estas soluções oneraram o projeto impedindo a execução de obras em outros locais também afetados pelas enchentes.


As obras do Programa Reconstrução-Rio, apesar de bastante abrangentes, não foram suficientes para sanar completamente décadas de abandono e de urbanização caótica. No que diz respeito especificamente ao controle de inundações, o número total de atingidos diretamente pelas inundações baixou de 350 para 189 mil1 somente na bacia do Iguaçú-Sarapuí. A redução do número de pessoas indiretamente atingidas pelas inundações e os prejuízos causados são de difícil estimativa. Incluem-se nesta categoria, por exemplo, as pessoas que, apesar de não terem suas casas invadidas pelas águas, acabam por não comparecer aos locais de trabalho por efeito de interrupção de tráfego nas vias inundadas. Mesmo assim, uma avaliação parcial dos benefícios das obras do projeto Reconstrução- Rio é apresentada no Anexo 1 onde se verifica uma relação benefício/custo de 6,5, para a bacia do Iguaçú-Sarapuí. Para a totalidade das obras do projeto Reconstrução- Rio a relação benefício-custo está estimada em 5,5.

Apesar das intervenções patrocinadas na região pelo projeto Reconstrução-Rio, muito ainda há por se fazer. Por esta razão, a SERLA, com o apoio do BIRD e da CEF e em convênio com o PNUD, montou uma equipe técnica com profissionais altamente capacitados, com o objetivo de elaborar o Plano Diretor Integrado de Controle de Inundações da Bacia do Rio Iguaçu-Sarapuí.

Na realidade, a equipe técnica, localizada no Laboratório de Hidrologia da COPPE-UFRJ, foi constituída com o objetivo de a longo prazo contribuir para o estabelecimento do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro.

A elaboração do Plano se constituiu num importante mecanismo de capacitação da SERLA na gestão integrada de uma bacia hidrográfica. A Bacia do Iguaçu-Sarapuí cobre a principal porção da Baixada Fluminense mais frequentemente atingida pelas cheias e apresenta condições favoráveis à abordagem da gestão integrada. Ela engloba seis municípios, cada um deles com seus respectivos órgãos de gestão, além do Estado, que também está presente naquela área, por intermédio da SERLA, executando obras de drenagem, e da CEDAE, CERJ e FEEMA, entre outros.


A escolha da bacia da Bacia do Rio Iguaçu-Sarapuí apresenta ainda as seguintes vantagens:

• É uma bacia da região metropolitana do Rio de Janeiro, uma das mais problemáticas do Estado;

• Apresenta áreas de grande desenvolvimento urbano e industrial;

• Apresenta ampla zona rural em processo de urbanização;

• Possui mananciais importantes para o abastecimento d'água da Baixada Fluminense;

• Apresenta áreas onde a ocupação do solo conflita com as condições de habitabilidade, em especial zonas mal drenadas;

• Exibe características de alguns ecossistemas importantes do Estado, tais como mata atlântica e manguezais da baía de Guanabara.

(Nota de rodapé) Para efeito deste cálculo, admite-se a ocorrência da precipitação com tempo de recorrência de 20 anos, que equivale a um evento meteorológico extremo, com probabilidade de ser ultrapassado num ano qualquer igual a 0,05.

O Plano foi desenvolvido a partir de análises de mapas temáticos básicos e de estudos hidrológicos e hidráulicos, com o objetivo de explicitar as principais causas dos problemas de inundação, inclusive aquelas de origem institucional. Serviu para elencar um conjunto de intervenções harmônicas, de caráter estrutural (obras) e não-estrutural (planejamento do uso do solo e proposta de nova arquitetura institucional), que irão consolidar as obras desenvolvidas no Programa Reconstrução-Rio. O Plano foi desenvolvido com uso de metodologias que não se restringem à bacia do Iguaçu-Sarapuí, prevendo ampliação de escopo em duas dimensões:

(i) no plano geográfico, para aplicação às demais bacias hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro;

(ii) no plano da abrangência temática, para permitir o aprofundamento do trabalho em outros setores, além do controle de inundações (disponibilidade hídrica para abastecimento, irrigação e qualidade de água, por exemplo).

Da mesma forma, a coleta de dados não se limitou aos aspectos ligados apenas a controle de inundações, mas abrangeu todo o escopo de interesse para gestão de recursos hídricos e ambientais.

O Plano Diretor Integrado de Controle de Inundações elaborado para a bacia do Iguaçú- Sarapuí apresenta como resultados principais:

(i) um programa de obras complementares, no valor total estimado de aproximadamente R$ 198 milhões (na época,valor não atualizado) e,

(ii) um programa de iniciativas não estruturais com as principais iniciativas de prevenção contra as inundações, principalmente nos domínios institucional, de uso do solo, de equipamento urbano (coleta de lixo, por exemplo), e de instalação de rede hidrometeorológica (para permitir projetos futuros melhor elaborados), no valor total estimado de aproximadamente R$ 169 milhões (na época,valor não atualizado).

Mapas anexados ao relatório mostram as manchas de inundação em três tempos: (a) situação passada, antes das obras do Reconstrução-Rio; (b) situação atual; (c) situação futura, depois da implantação das ações propostas no presente Plano Diretor. Como se vê, o Plano Diretor prevê a preservação de áreas inundáveis, atualmente escassamente povoadas. Esta opção implica em substantivas economias, quando comparada com o que seria necessário fazer para eliminar completamente as áreas inundáveis. É de suma importância que as prefeituras municipais, que são responsáveis pelas medidas de controle da expansão urbana, atuem efetivamente no sentido de coibir loteamentos nestas áreas remanescentes.

Tradicionalmente, boas iniciativas na administração pública dão parcos resultados por falta de continuidade. Já em 1934, o Eng. Hidelbrando de Araújo Góes, então engenheiro chefe da Comissão de Saneamento da Baixada Fluminense, dizia


“Os insucessos, verificados nos trabalhos da Baixada Fluminense, resultam, além da falta de unidade de direção, da descontinuidade administrativa.”

(Nota de Rodapé) Saneamento da Baixada Fluminense, Ministério da Viação e Obras Públicas, 1934. Devido à atualidade do texto, apresenta-se no Anexo 2 uma transcrição parcial deste excelente relatório.

Um antídoto para essa prática consiste em envolver a sociedade civil em todo o processo de planejamento, desde o início, a fim de que ela, em função do interesse despertado, não apenas contribua para a realização das tarefas, mas também interfira diretamente na continuidade, exigindo conclusão. Deste modo, decidiu-se criar o Comitê de Acompanhamento do Plano, composto por representantes das prefeituras, das federações de associações de moradores dos municípios da bacia, bem como de diversos órgãos estaduais, como a FEEMA, CEDAE e IEF. O Comitê começou a atuar em setembro de 1994 e desde então tem se reunido uma vez por mês, em diferentes locais da Baixada. Em muitas ocasiões, foram organizadas visitas conjuntas (membros da equipe de projeto + representantes das associações de moradores) para diagnosticar "in loco" problemas de drenagem, cujas soluções passaram a integrar o Plano. O acerto dessa estratégia é bem sintetizado nas palavras de Bartíria Lima da Costa, Presidente da Federação de Associações de Moradores de Nova Iguaçu e Secretária Executiva do Comitê de Saneamento da Baixada Fluminense, em recente pronunciamento:

“O Projeto Iguaçu é um senhor projeto porque houve planejamento discutido conosco. Faço questão de deixar escrito que as reuniões do Projeto se dão todas as últimas quartas-feiras - até hoje não faltou uma. Todas as vezes os técnicos do Projeto nos apresentavam o que pensavam fazer; nós trocávamos idéias, analisávamos e eles iam constatar o que precisava ser feito no local. Na reunião seguinte, nós discutíamos o que havia sido visto e daí se partia para a ação. Assim é como funcionou.

Para nós o Projeto Iguaçu é um marco de referência na Baixada - e tenho certeza de que para todos os realmente interessados também. Hoje não se pode pensar em nada para a Baixada sem consultar os documentos do Projeto Iguaçu. É fundamental aproveitar a vasta e rica experiência que vivemos e colhemos nesse esforço conjunto.”

Outro participante do Comitê de Acompanhamento do Projeto Iguaçu, Josinaldo Aleixo de Souza, Presidente da Federação de Associações de Moradores de Duque de Caxias, ressaltou a importância do desdobramento do Projeto Iguaçu, afirmando que......

“É preciso criar um modelo que institucionalize a relação entre os participantes, ou seja, manter o canal entre a sociedade civil, as prefeituras, o Estado e a universidade.

Os novos projetos que surjam devem absorver a experiência do Projeto Iguaçu. Nós nos sentimos muito respeitados com o que houve com o Projeto Iguaçu.”

Ao final deste prólogo apresenta-se a relação das reuniões do Comitê de Acompanhamento e a lista dos membros e demais interessados que efetivamente participaram das mesmas, contribuindo para o sucesso do Plano Diretor com críticas e sugestões. Com toda a justiça, deve-se creditar a essas pessoas a co-autoria do Plano.

(Nota de Rodapé) O pronunciamento foi feito em 26 de junho de 1996, em reunião patrocinada pela Secretaria Estadual de Planejamento, para discussão do Programa Baixada Viva.

Fontes: Plano Diretor de Recursos Hídricos das Bacias dos Rios Iguaçu, Botas e Sarapuí / COPPE/UFRJ/SERLA/ Governo do Estado RJ - Trecho (IG - RE - Vol29 - Relatório Final - Ênfase em Inundações/1995)
Projeto PLANÁGUA-SEMADS - 2001 - Ricardo Dagnino
Por: Rogerio Gomes
Representante do CAO/Rio Iguaçu - Duque de Caxias e Belford Roxo - PROJETO IGUAÇU

quarta-feira, 13 de março de 2024

O "RACISMO AMBIENTAL" E A TRAGÉDIA DAS ENCHENTES NO RIO E NA BAIXADA FLUMINENSE - AFINAL O QUE É RACISMO AMBIENTAL?

O bairro Amapá, em Caxias, na Baixada Fluminense, submerso após chuvas de janeiro de 2024, ONGs e ministra
 apontam que população negra e de baixa renda é sempre a mais afetada pelos temporais (Foto: Mauro Pimentel / AFP)

ENCHENTES NO RIO
- A tragédia causada pelas chuvas que atingiram, neste final de semana, a Zona Norte do Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense, deixando pelo menos 12 pessoas mortas, evidencia a desigualdade na Região Metropolitana em termos de acesso a serviços como saneamento básico e a moradia digna. O sociólogo e antropólogo Thales Vieira, codiretor-executivo do Observatório da Branquitude, trata-se de uma tragédia anunciada, já que esta época do ano é de temporais e, mesmo assim, medidas efetivas não são tomadas: “Na prática, essa população é deixada para morrer”, afirmou.

As fortes chuvas no Rio de Janeiro provocaram inundações e deslizamentos de terra em vários municípios do estado: a capital e mais três municípios da Baixada Fluminense – Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João do Meriti – tiveram a situação de emergência reconhecida pelo governo federal. Pessoas perderam as casas, que ficaram alagadas, e todos os pertences. Dos 12 mortos, cinco morreram por afogamento na enchente; “Uma tragédia que toda hora a gente sabe que vai ocorrer com maior ou menor potencial de produzir vítimas fatais, mas a gente sabe que todo ano vai ocorrer essa tragédia, sobretudo na Baixada Fluminense”, acrescentou Vieira à Agência Brasil.

Vieira ressalta que a tragédia atingiu principalmente um recorte específico da população, a população negra e de baixa renda.

“Por isso que a gente fala que o racismo ambiental é produto de uma intenção efetiva de não produção de políticas para essas populações de não participação dessas populações das decisões que são tratadas de políticas que efetivamente são feitas ou não são feitas, que essa também é uma forma de fazer política, a omissão é uma forma também de fazer política, então essas políticas que não são feitas também para benefício dessa população. Então na prática essa população é deixada para morrer, efetivamente”, destacou o sociólogo.

RACISMO AMBIENTAL SEGUNDO O GREENPEACE

Segundo Vieira, para mudar a situação é preciso garantir, sobretudo às regiões mais pobres, acesso ao saneamento básico e fazer obras para o escoamento efetivo de água, em regiões de alagamento. Para ele, falta vontade política daqueles que acabam se beneficiando com medidas assistencialistas. 

“Não pode falar que não esperava esse volume de chuva. A gente já sabe que ela vai acontecer. Então essas políticas precisam ser feitas, sobretudo de saneamento básico”, destaca.

O coordenador de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, também criticou a atuação dos governos. “Mais uma vez, cenas de destruição se repetem no Rio de Janeiro e ainda precisamos lidar com as mesmas justificativas por parte do governo e das prefeituras, que alegam surpresa para este tipo de evento climático”.

Travassos também ressalta que as vítimas das chuvas são, na grande maioria, pessoas negras e periféricas. 

Diante de eventos como esse, fica cada vez mais perceptível que não estamos lidando somente com o despreparo dos governos no enfrentamento à emergência climática, mas com uma escolha política que viola o direito constitucional à vida. O que vemos é a inexistência de ações de prevenção, planos de adaptação às mudanças climáticas ou estrutura do Estado para responder aos eventos extremos. E é justamente por causa disso que hoje assistimos pessoas perdendo tudo, inclusive suas vidas”, diz.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou, através de sua conta no Twitter, que governo federal e poderes locais estão agindo em conjunto pra redução dos danos causados pelas chuvas, mas também ressaltou que a tragédia evidencia o racismo ambiental. “Quando a gente olha os bairros e municípios que foram mais atingidos, como Acari, São João de Meriti, Anchieta, Albuquerque e Nova Iguaçu, a gente vê algo que eles todos têm em comum, que são áreas mais vulneráveis. Qual a cor da maioria das pessoas que vivem nesses lugares? Que mais uma vez estão ali perdendo suas casas, seus comércios, seus empregos, seus sonhos, sua esperança e sua vida com um todo?”, questiona a ministra.

O ministério tem agido, de acordo com Franco, para que isso não volte a acontecer e para que as famílias recebam apoio. Segundo a ministra, a pasta está desde cedo em contato tanto com autoridades locais quanto com outras áreas do governo federal como os Ministérios das Cidades, do Desenvolvimento Regional, e do Desenvolvimento Social. A ministra também convoca a população a ajudar os atingidos pela tragédia. Anielle e representantes de outros ministérios estiveram no Rio nesta terça (16/01) para se reunir com o governador Claudio Castro e com prefeitos para discutir ações conjuntas.

VÍDEOS EXPLICA O RACISMO AMBIENTAL NAS PERIFERIAS DO RIO E NA BAIXADA FLUMINENSE

Fonte: Agência Brasil/Projeto Colabora/O Globo

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AUMENTO DE 20cm no MAR COLOCA MILHÕES EM RISCO NO RIO E NA BAIXADA FLUMINENSE


RIO DE JANEIRO - Mudanças climáticas poderão impactar de forma severa o Rio de Janeiro

O aumento da temperatura é a principal ameaça, com níveis de calor acima de 45 graus, principalmente na Baixada Fluminense e na área do Porto

O aumento da temperatura na cidade do Rio de Janeiro é uma das principais ameaças da intensificação das mudanças climáticas, segundo aponta um estudo sobre risco climático realizado pela Ramboll, consultoria multinacional especializada em engenharia e projetos multidisciplinares, que vem trabalhando em um projeto de requalificação da área central da capital fluminense.

“O aumento da temperatura será o ponto mais ameaçador, por sua constância no tempo e pelos níveis insustentáveis de calor acima de 45 graus Celsius. A região da Baixada Fluminense até o Porto deverão ser as mais impactadas”, afirma Alejandra Devecchi, gerente de Planejamento Urbano da Ramboll.

A concentração de calor, segundo a especialista, está diretamente associada à ausência de vegetação urbana. “A urbanização informal muito presente neste eixo da cidade, na forma de parcelamentos do solo irregulares, sem que haja a destinação de áreas públicas, leva ao excesso de densidade construtiva e à falta de áreas permeáveis e de arborização, criando locais de concentração de calor”, explica Alejandra. “Por isso, a melhor ferramenta de amenização do calor é a arborização urbana.“

Já o aumento do nível do mar, resultado das mudanças climáticas globais, terá impactos mais severos nas áreas da foz dos rios, embora não seja possível estimar o momento em que isso ocorrerá. “As mudanças climáticas vêm se intensificando e gerando uma grande imprevisibilidade sobre quando os impactos ocorrerão”, destaca Alejandra.

Ela observa que o efeito mais preocupante, na vida da cidade, causado pela elevação do nível do mar, é a intrusão salina na foz dos rios e o comprometimento dos ecossistemas associados aos corpos hídricos. Os sistemas de infraestruturas que lançam efluentes no mar podem sofrer sérios impactos por conta do possível refluxo que acontecerá se o nível do mar aumentar.

“À medida que a água do mar avança na direção dos exutórios dos rios, pode ocorrer um processo de salinização dos rios, afetando o abastecimento de água, e também a rede de esgotos e a infraestrutura de drenagem”, alerta a especialista da Ramboll, ao ressaltar que, “nas áreas centrais, estas infraestruturas são centenárias e não foram pensadas para o equacionamento deste tipo de problema”.

Este cenário requer medidas em diferentes áreas, segundo a gerente de Planejamento Urbano da Ramboll, ao citar a necessidade de se repensar os sistemas de macrodrenagem e suas conexões com o mar, bem como os sistemas de saneamento; de se construir diques nas bordas d’água com eventuais bombeamentos – a exemplo de iniciativas realizadas nos Países Baixos, na Europa -, e de se impedir construções subterrâneas como estacionamentos.

”É importante que estas diretrizes sejam consideradas ao se pensar o planejamento urbano do Rio de Janeiro e de outras cidades costeiras do País que se deparam com as mesmas ameaças”, completa a especialista da Ramboll.

Segundo estimativas divulgadas na última terça-feira (28/11) por um projeto que envolve o Programa da ONU para o Desenvolvimento e agências especializadas, o impacto da elevação de temperaturas nas inundações costeiras aumentará cinco vezes ao longo deste século, colocando mais de 70 milhões de pessoas no caminho da expansão das planícies aluviais.


LEIA TAMBÉM: 

No Rio de Janeiro, o pior dos cenários aponta para uma elevação do mar em 20 cm até meados do século e 48 cm até 2100.

O jogo de empurra para ver quem é mais culpado entre prefeituras, governos estaduais e federal acaba mascarando que temos um sistema que privilegia o lucro acima das vidas, sem um plano real de infraestrutura e planejamento urbano, atendimento e prevenção a tragédias ambientais assim como a falta de um Estado que ampare a população mais pobre financeiramente e com serviços de saúde e assistência social.

Fonte: G1/EcoDebate - Arquivo - Editado
Link: https://www.ecodebate.com.br/2023/12/13/mudancas-climaticas-poderao-impactar-de-forma-severa-o-rio-de-janeiro/

7 ENCHENTES CONSECUTIVAS DEIXAM POPULAÇÃO NO PERRENGUE EM NOVA IGUAÇU


Moradores sofrem com prejuízos após último temporal que atingiu Nova Iguaçu (RJ)
Somente neste ano, sete enchentes impactaram a região; diversas vítimas perderam tudo o que tinham

Moradores que vivem às margens do rio Botas, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, sofrem com prejuízos após o último temporal que atingiu a região. Somente neste ano, sete enchentes impactaram o município. Diversas vítimas perderam tudo o que tinham por conta das chuvas e não têm para onde ir. A Secretaria Municipal de Serviços Públicos de Nova Iguaçu disse que vai mandar uma equipe até o local. A Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade disse que o rio Botas é um dos contemplados no novo programa de aceleração do crescimento.

Fonte: R7

AÇÃO HUMANITÁRIA DO ROTARY CLUBE ENTREGA DOAÇÕES À FAMÍLIAS VÍTIMAS DAS ENCHENTES EM BELFORD ROXO E DUQUE DE CAXIAS

Moradora do Jardim Brasil, Dna Lúcia agradeceu a equipe do Rotary Clube pelas doações.

BELFORD ROXO - O Rotary Clube Internacional através do Rotary Clube do Lote XV em parceria com o Blog do Lote XV realizaram, nos dias 29/02 (quinta) e 02/03 (sábado) duas etapas de Entregas de Doações destinadas as famílias afetadas pelas Enchentes de 2024 na região do Lote XV em Belford Roxo e no Dique da Vila Alzira localizado no município de Duque de Caxias.

Como mostrado em vários canais de imprensa e das redes sociais a região foi muito impactada pelas fortes chuvas deste início de ano, onde sofreram pelo menos, 4 enchentes consecutivas que provocaram muitos prejuízos e transtornos a população local que se encontra em situação de vulnerabilidade.

1º Dia de Entregas das Doações do ROTARY CLUBE às Famílias Vítimas das Enchentes no Bairro BOA VENTURA e JARDIM BRASIL no LOTE XV, BELFORD ROXO e DIQUE DA VILA ALZIRA, DUQUE DE CAXIAS


Entre as regiões atingidas estão principalmente a região dos bairros Beira Linha (Boa Ventura), Parque Amorim e Jardim Brasil no Lote XV em Belford Roxo, mas também a região do Dique da Vila Alzira que foi bastante castigada, por se tratar de uma região literalmente localizada em cima do Dique do Rio Iguaçu sendo uma área de risco permanente.

Essas áreas sofrem constantemente com as enchentes e a população, que foi morar ali por falta de  condições ou opções melhores e acessíveis e também pela falta de políticas públicas habitacionais direcionadas a essas famílias, fazem parte do triste histórico de descaso público da Baixada Fluminense que carece de obras e ações específicas e concreta que mudem essa realidade, faz com que a população tenha que se sujeitar a tal situação.

Com a demora por parte do poder público em agir para possibilitar melhores condições de vida e acesso a serviços de qualidade para a população se reerguer e recuperar um pouco do prejuízo sofrido, como por exemplo a distribuição do "Cartão Recomeçar", beneficio do Governo do Estado que entrega ao beneficiado o valor de R$ 3.000,00 (Três Mil Reais) que sequer tem data prevista pra ser entregue na cidade, até agora e com a "suposta" distribuição de Cestas Básicas, enviadas pelo Governo Federal não ter chegado a toda população afetada, como deveria, restou a boa ação de empresários e comerciantes ligados ao Rotary Clube, uma instituição mundial que tomou a iniciativa de promover uma Ação de AJUDA HUMANITÁRIA na região com o intuito de ajudar algumas famílias a se recuperarem dessa catástrofe, mesmo que seja em parte. 

2º Dia de Entregas das Doações do ROTARY CLUBE às Famílias Vítimas das Enchentes no Bairro PARQUE AMORIM no LOTE XV, BELFORD ROXO

A ação promovida na região, pela direção do Rotary Clube do Lote XV através da Presidente Iza Cristina e do seu Vice-presidente André de Paula cadastrou algumas famílias nestas regiões (leia em https://blogdolotexv.blogspot.com/2024/02/rotary-clube-e-blog-do-lote-xv.html ) com o apoio de lideranças locais que conhecem bem a realidade das famílias da região e sabe onde essas pessoas que mais precisam moram e com o apoio do BLOG do LOTE XV que procurou participar de todo planejamento dessas rotas pra encontrar essas famílias que tivessem o perfil esperado, pessoas realmente carentes e que tivessem perdido seus poucos bens nas enchentes e fazer a cobertura completa e produzir uma matéria pra levar as informações a população, mas também para chamar a atenção do poder publico pra agir com maior celeridade e menos burocracia para entregar os benefícios a população, que é seu direito, além de conclamar aqueles que tem condições a promover ou participar desse tipo de ação para amenizar a necessidade dessas pessoas, nem que seja de apenas uma família, pode ter certeza que será muito bem aceito acredite.

Nestes três dias de trabalho com sol escaldante na cabeça, foi duro, cansativo e trabalhoso, mobilizou várias pessoas que se voluntariaram a ajudar, uma verdadeira equipe disposta a doar seu tempo para possibilitar que essas doações chegassem as famílias destinadas. 

Mary Gomes do Blog do Lote XV fotografa Dna Talita e sua mãe com equipe do Rotary Clube do Lote XV.

Parabenizo o Rotary Clube pela iniciativa em especial a direção do Rotary Lote XV, a Iza e ao André, o Guilherme e toda família De Paula, aos apoiadores, as lideranças e a Mary Gomes pelas imagens.

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FOTOS DO EVENTO












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Por: Rogerio Gomes - Blog do Lote XV

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VÍTIMAS DAS ENCHENTES: DUQUE DE CAXIAS ENTREGA CESTAS BÁSICAS COM EFICIÊNCIA, TRANSPARÊNCIA E SEM TRANSTORNOS


DE PARABÉNS A DISTRIBUIÇÃO DE CESTAS BÁSICAS AS VÍTIMAS DAS ENCHENTES EM CAXIAS. TRABALHO FEITO COM TRANSPARÊNCIA, SEM TRANSTORNOS E COM EFICIÊNCIA

DUQUE DE CAXIAS - A Prefeitura de Duque de Caxias prossegue, nesta terça-feira (27), com a distribuição de cestas básicas para famílias atingidas pelas chuvas de janeiro no município. A entrega está sendo feita pelas Secretarias Municipais de Assistência Social e Direitos Humanos e de Obras e Defesa Civil, no Restaurante do Povo, na Rua Frei Fidélis, no centro da cidade.

A entrega das cestas básicas, enviadas pelo Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, também ocorrerá nesta quarta-feira (28), das 9h às 16h, no mesmo local. Nesta fase, estão sendo beneficiadas 1.717 famílias.


As próximas entregas estão programadas para os dias: 

05 e 06/03, na Escola Municipal Walter Russo, no bairro Figueira;
07 e 08/03, no Ciep 229 Cândido Portinari, em Saracuruna;
e 12 e 13/03, na Escola Municipal Wanda Gomes, em Campos Elíseos.

As próximas repescagens estão programadas para os dias:

29/02, no Ciep 348 Eugenia Moreyra, Amapá, em Xerém;
01/03, no Ciep 089 Graciliano Ramos, no Pantanal;
04/03, no Restaurante Popular, no Centro;
11/03, na Escola Municipal Walter Russo, na Figueira;
14/03, no Ciep 229 Cândido Portinari;
e no dia 18/03, na Escola Municipal Wanda Gomes, em Campos Elíseos.


A SMASDH lembra que os beneficiários devem aguardar uma chamada por bairro e verificar se seus nomes estão na lista disponibilizada pelo órgão dois dias antes das datas anunciadas. O link para visualizar todas as listas está disponível em:

Certifique-se de permanecer atualizado pelo link fornecido, pois as datas podem mudar. Para obter mais informações, você pode usar as redes sociais da SMASDH ou usar o WhatsApp no número (21) 99619-5980.

A administração municipal lembra que os beneficiários devem verificar se seus nomes constam na lista disponibilizada pelo órgão dois dias antes das datas anunciadas e que os mesmos devem aguardar a chamada por abrangência de bairro. As listagens são publicadas no site.

ASSISTA NOSSA LIVE GRAVADA NO LOCAL: Trago muitas informações e entrevista com o Secretaria do Defesa Civil de Duque de Caxias André Xavier



BLOG DO LOTE XV

QUE O EXEMPLO DA ORGANIZAÇÃO DE DUQUE DE CAXIAS PRA DISTRIBUIR AS CESTAS BÁSICAS AS FAMÍLIAS ATINGIDAS PELAS ENCHENTES POSSA SER SEGUIDO POR TODOS!

TRANSPARÊNCIA, ORGANIZAÇÃO E RESPEITO AO POVO!

Fomos conferir de perto como foi a 1° Dia de Distribuição das CESTAS BÁSICAS destinadas as Famílias Vítimas das Enchentes dos bairros Lixão, Vila Ideal e Laguna em Duque de Caxias.

Essas Cestas Básicas são oriundas da parceria que o Ministério do Desenvolvimento, Assistências Social, Família e Combate a Fome tem com as Prefeituras, segundo informação da Prefeitura de Duque de Caxias.

O município fez apenas um Cadastro dos atingidos logo após as Enchentes de Janeiro e a fevereiro nos Pontos de Apoio. Também conversei com o Secretário de Defesa Civil André Xavier que nós passou as informações.

trabalho foi sem transtornos.

Para ver mais fotos Clique Aqui

Por: Rogerio Gomes/Blog do Lote XV
Fonte: PMDC/ODia - Editado

MPRJ COBRA "PLANO MUNICIPAL DE DRENAGEM" A SEIS MUNICÍPIOS DA BAIXADA

BAIXADA FLUMINENSE - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou inquéritos civis com o objetivo de que os municípios de Queimados, Japeri, Seropédica, Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis adotem ações, de curto, médio e longo prazos, voltadas a reduzir os impactos causados por chuvas em seus territórios, principalmente enchentes e inundações urbanas.

Os ofícios, emitidos por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Nova Iguaçu, determinam que representantes legais destes municípios, e de suas secretarias envolvidas na temática, apresentem um Plano Municipal de Drenagem Urbana. O documento deve compreender ações de macro e micro drenagem e um relatório com as ações desenvolvidas para mitigar os impactos das enchentes e inundações.

“Verificamos que esses municípios têm muitas áreas impermeabilizadas, questão que agrava o escoamento das chuvas, principalmente das mais volumosas. Em paralelo a isso, além da importância da intervenção municipal com obras de drenagem, é importante que os municípios adotem infraestruturas verdes, áreas com maior permeabilidade que permitem a absorção da água na terra. Isso melhora muito o sistema de drenagem, que é um componente importante do saneamento”, explica a promotora de Justiça Patrícia Gabai, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Nova Iguaçu.

Após as fortes chuvas que atingiram municípios da Baixada Fluminense na última quarta-feira (21/02), a Prefeitura de Queimados decretou, na noite de quinta-feira (22/02), situação de emergência. Cerca de 100 fuzileiros navais chegaram ao município na sexta-feira (23/02) para ajudar no combate aos danos causados pelas chuvas. Mais de 20 bairros foram afetados e alguns ainda permaneciam com ruas alagadas.

Em Japeri, com o grande volume de chuvas que atingiram a cidade na quarta-feira (155,8mm em seis horas), o município registrou duas mortes devido a deslizamentos, uma no bairro da Chacrinha e outra na localidade conhecida como Favelinha, além de 22 desabrigados e 67 desalojados. A Prefeitura decretou Estado de Calamidade Pública.

Fonte: ODia

sexta-feira, 8 de março de 2024

VAMOS COBRAR A ALERJ CONVOQUE EM CARÁTER DE URGÊNCIA UMA "AUDIÊNCIA PÚBLICA PRA DISCUTIR AS ENCHENTES NA BAIXADA FLUMINENSE" Apoie essa ideia e participe!


BAIXADA FLUMINENSE - Se faz necessário a Convocação em Caráter de URGÊNCIA de uma AUDIÊNCIA PÚBLICA na ALERJ para discutir as ENCHENTES de 2024 nos Municípios da Baixada Fluminense isso inclui Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis e São João de Meriti pois ambos são abrangidos e dependem da drenagem dos mesmo Rios e afluentes e as consequências das obras ou falta delas e principalmente.

A cidades de Mendes e São Gonçalo realizaram Audiências Públicas pra discutir os impactos das enchentes em seus municipios e ouvir a população.
Um dos pontos principais a ser discutido tem que ser o PROJETO IGUAÇU o Plano Diretor de Recursos Hídricos das Bacias dos Rios Iguaçu Botas e Sarapuí que é o plano de COMBATE as INUNDAÇÕES na Baixada e que está engavetado desde 2012 quando o TCE/TCU apontou irregularidades, desde então as prefeituras tem feito o obras "desconectadas" uma das outras e sem os critérios necessários contidos no Projeto Iguaçu só tem causado mais transtornos.
Assim como houveram Audiências Públicas no lançamento do Projeto Iguaçu e antes e após as ENCHENTES de 2009/2010 precisa haver uma audiência pública agora também pra envolver o poder público e a sociedade nessa discussão e buscar as soluções possíveis. 
Precisamos que haja um encontro com todos os órgãos e instituições previstas no FÓRUM REGIONAL DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL para discutir o futuro de nossas cidades e principalmente nossas famílias.

Precisamos do seu APOIO pra que não falemos sozinhos!

DEIXE SEU APOIO e não deixe de incluir as hastagas Deixem seu APOIO e não esqueçam de incluir as hastagas:

Por: CAO/LOTE XV - RIO IGUACU - BELFORD ROXO/ DUQUE DE CAXIAS 

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

13 MILHÕES É O VALOR LIBERADO PARA RECUPERAR A ESTAÇÃO DE BOMBAS DO POLDER DO OUTEIRO NO LOTE XV

Estação de Bombas do Lote XV em Belford Roxo. Imagem: G1/RJTV

BELFORD ROXO
- Uma das maiores polêmicas deste inicio de anos devido principalmente as várias enchentes, pois já pedi a conta de quantas sofremos, foi a Estação de Bombas do Lote XV em Belford Roxo, isto devido a algumas Fake News divulgadas nas Redes Sociais em que afirmavam que a mesma estava provocando alagamentos em alguns bairros como, Amapá, Pilar,Jardim das Flores e até Vila Alzira e São Bento, fato que não procede pois a função principal da Estação de Bombeamento do Lote XV é a drenagem da região do Polder do Outeiro, área destinada a reservatório de inundação da região e que não afeta outros bairros localizados do outro lado do  Dique do Rio Iguaçu.

Canal do Outeiro no Lote XV em Belford Roxo.

A polêmica se ampliou ainda mais quando a população local descobriu que a estacão que tem 5(cinco) bombas de sucção, estava sem manutenção a mais de 10 anos, fato divulgado no Site O ECO em matéria publicada em 4 DE MARÇO DE 2020 ( Estruturas de combate a enchentes na Baixada Fluminense estão abandonadas ) e com apenas 1(uma) funcionando, dai quando a água das chuva de 13 pra 14 de janeiro (2024) começou a subir e demorando pra baixar foi descoberto esta falha grave do poder público. 

Campo do Jardim Brasil e ruas alagados, nível da água foi o mais alto em décadas. 14Jan24

Após muita polêmica, e cobrança o resultado veio, o Governo do estado do Rio publicou  nesta segunda feira 26 de fevereiro a Licitação no Valor de um pouco mais de 13 MILHÕES para a Recuperação da ESTAÇÃO DE BOMBAS do Lote XV.

A Reportagem foi veiculada no RJTV neta segunda feira.

Assista ao Vídeo:


LEIA TAMBÉM
Chuva no Rio: projetos contra enchentes foram suspensos ou sequer saíram do papel

Fonte: G1/RJTV
Editado: CAO/Lote XV

PRINCIPAIS PROJETOS DE COMBATE AS ENCHENTES NA BAIXADA FORAM SUSPENSOS OU NEM SAÍRAM DO PAPEL

Imagem. A Nova Democracia.

BAIXADA FLUMINENSE - Segundo um levantamento do monopólio de imprensa O Globo, ao menos 33 projetos essenciais para contenção de enchentes no Rio de Janeiro foram suspensos ou nem saíram do papel nas últimas décadas. A informação comprova a responsabilidade dos governos das diversas esferas no adiamento das obras estruturais que poderiam resolver os problemas catastróficos que anualmente afetam o povo carioca. Nos últimos dias, 12 pessoas morreram e 600 ficaram desabrigadas em decorrência da falta de estruturas para prevenção de enchentes no Rio de Janeiro.

Dos projetos existentes para mitigar os efeitos dos eventos climáticos extremos, destaca-se o Pôlder do Outeiro, localizado próximo aos bairros de Pilar, em Duque de Caxias, e Lote XV, em Belford Roxo. Ambos os bairros foram severamente afetados pelas enchentes nos últimos dias e as ruas seguiram alagadas até o dia 15 de janeiro, dois dias após o temporal.

O Pôlder do Outeiro recebeu um investimento do governo entre 2007 e 2012 no contexto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), programa de fomento a grandes empreiteiras que ficou marcado pelo abandono de projetos e enriquecimento de magnatas da construção civil.

No caso do projeto de Belford Roxo, o projeto contava com a instalação de cinco bombas para que as águas do pôlder fossem transportadas até o Canal Iguaçu, e dali escoadas para a Baía de Guanabara. Passados 17 anos, das cinco bombas, apenas uma estava funcionando, quantidade insuficiente para prevenir os transbordos, situação que já ocasionou em diversas enchentes na região.

As bombas foram inauguradas entre em Dezembro de 2010, no entanto nunca tiveram adequada manutenção. Mesmo a única que está em operação se encontram fragilizadas por ser muito antigas.

O desinteresse do velho Estado

Ainda no bairro Pilar, foi estabelecido pelo programa Pacto RJ um projeto que visava pavimentar e melhorar a drenagem das ruas numa obra que somaria 11 mil metros de extensão. O projeto resultou em um contrato assinado em setembro de 2021, mas menos de um ano depois o, o governo do estado declarou “insatisfação quanto ao andamento e execução dos serviços contratados” e, sem oferecer nenhum projeto alternativo para resolver o problema das drenagens, rescindiu o contrato com a empresa que realizaria as obras em uma “rescisão amigável”, sem que o dinheiro do contrato (R$ 8,3 milhões) retornasse ao estado.

Não é a toa que o velho Estado ignora deliberadamente a necessidade de obras estruturais ou de intervenções em ambientes naturais, como o rio Acari, um dos alagados nas enchentes do dia 14 de janeiro e que há mais de oito anos é motivo de avisos da necessidade de assentamentos, canalizações e construção de piscinões.

Por trás da negligência do velho Estado está o interesse financeiro e eleitoral: com a destruição das casas, os políticos beneficiam magnatas da construção civil e dos bancos com os projetos de reconstrução e empréstimos recolhidos tanto pelo Estado quanto pelos moradores para arcar com os novos gastos.

No âmbito da política oficial, enquanto a prevenção não oferece saldos para as eleições, as megalomaníacas operações de resgate e grandes obras cobertos por um verdadeiro aparato de propaganda soam mais proveitosos ao político da vez.

E enquanto se negligencia a prevenção, o governo faz uma verdadeira farra com o dinheiro público. O governo Cláudio Castro, por exemplo, foi marcado pelo escândalo dos “cargos secretos”, envolvendo mais de R$ 226 milhões pagos para 27 mil funcionários fantasmas.

O resultado disso são os incontáveis anos consecutivos nos quais o povo carioca é submetido à enchentes, perda de entes familiares, casas, carros e bens. Essas consequências, dentre as mortes e bens perdidos não são meros acidentes, mas assassinatos e destruições deliberadas cujas mãos responsáveis e interessadas são facilmente identificáveis, a começar pelos palácios governamentais.

Fonte: A Nova Democracia - Editado por conter erros
Link: https://anovademocracia.com.br/principais-obras-necessarias-para-conter-de-enchentes-foram-suspensas-ou-nao-sairam-do-papel/

REGIÕES DA BAIXADA TEM "ALERTAS DE ALTO RISCO DE INUNDAÇÃO" A DÉCADAS

Mapa de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundação: município de Belford Roxo/RJ.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

BRASIL
- Cerca de 25% da área urbanizada de Belford Roxo (RJ) está em área de alto risco, segundo o estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB)

Um estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB), realizado em dezembro de 2013, classifica com alta sustentabilidade as inundações a região do Rio Botas, em Belford Roxo (RJ)

Até esta segunda-feira (15), 12 mortes foram confirmadas no Rio de Janeiro e um homem está desaparecido, devido aos temporais que atingiram o estado neste final de semana, segundo as informações da Secretaria de Estado de Defesa Civil (Sedec).

Com base na vulnerabilidade apontada pelos estudos, a CNN questionou a Prefeitura de Belford Roxo, a Defesa Civil e o governo do estado sobre medidas adotadas para prevenção de eventos como esse e ainda não teve retorno.

Cabe perguntar o que as autoridades fizeram com essas informações para reduzir o risco a que a população das duas cidades está exposta. Em diversos casos, as informações estão disponíveis. É necessário que elas sejam utilizadas”Pedro Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP).

Mapa de suscetibilidade de inundação: Trecho Canal do Outeiro Belford Roxo/RJ.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

O relatório, revisado em 2015, a que a CNN teve acesso, mostra que cerca de 24% da área urbanizada de Belford Roxo (RJ) está sob alto risco de inundações. O alerta é para inundações de até 2 metros em relação à borda da calha do leito regular do curso d’água. São cerca de 14,38 km² com alto risco. Outros 15% da área urbanizada está em áreas de médio risco.

Os solos das áreas de alto risco foram identificados como hidromórficos — estão sujeitos à alternância natural de períodos de alagamento. Ainda há o alerta de influências da maré nas inundações.

O mesmo solo foi predominante em Duque de Caxias, onde mais de metade da área urbanizada do município foi classificada com alta suscetibilidade para inundações, com alturas de até 5 metros. O município também está em “risco hidrológico muito alto”, segundo a Defesa Civil do estado.
Obras de prevenção de riscos de desastres

O Ministério das Cidades informou, nesta segunda-feira (15), que tem como prioridade nesse início de ano avançar com a seleção dos projetos de drenagem e de contenção de encostas para prevenção de riscos nas cidades brasileiras.

Mapa de suscetibilidade de inundação: Trecho Rio Botas Belford Roxo/RJ.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

O ministro Jader Filho destacou que o Rio de Janeiro recebeu autorização no final do ano passado para início de oito obras de contenção de encostas, em um investimento federal de R$ 330 milhões, além de seis empreendimentos de drenagem, totalizando R$ 375 milhões.

O estado, novo PAC Seleções, recebeu mais de R$ 660 milhões em novas propostas para obras de contenção de encostas e de R$ 7,8 bilhões em propostas para drenagem urbana. No momento, a equipe técnica do Ministério das Cidades está em fase de análise.

O Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ) informa que está acompanhando as condições meteorológicas e os níveis pluviométricos.

Confira as cidades em risco:Risco hidrológico muito alto: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu e São João de Meriti.

Mapa de suscetibilidade de inundação: Trecho Rio Botas Heliópolis Belford Roxo/RJ.
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042

Risco hidrológico alto: Itaperuna, Petrópolis, Laje do Muriaé, Teresópolis, São Gonçalo, Japeri, Queimados, Seropédica e Niterói.

Risco geológico alto: Seropédica, Rio de Janeiro, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Magé, Duque de Caxias, Belford Roxo, Paraty, Angra dos Reis, Teresópolis, Maricá, Paracambi, Niterói, São Gonçalo, Japeri e Queimados.

De janeiro de 2023 a 1º de janeiro deste ano, 1.256 municípios brasileiros foram reconhecidos em estado de emergência pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) apenas por desastres naturais ligados a temporais, de acordo com levantamento feito pela CNN.

De 1916 até este ano, o Brasil já teve um prejuízo público na ordem de R$852,74 bilhões devido a desastres naturais de todos os tipos.

Apenas no estado do Rio de Janeiro, 19 municípios foram reconhecidos em emergência, com impacto em 1 milhão e 896 mil habitantes. No estado 52 casas foram destruídas e mais de 14 milhões danificadas — mais de 1.425 pessoas foram desabrigadas. Foram registradas oito mortes e 37 pessoas ficaram feridas.

Fonte: CNN
Referencias: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/chuva-no-rio-lugar-onde-mulher-desapareceu-tem-alerta-de-inundacoes-ha-10-anos/

https://www.sgb.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Prevencao-de-Desastres/Cartas-de-Suscetibilidade-a-Movimentos-Gravitacionais-de-Massa-e-Inundacoes---Rio-de-Janeiro-5082.html

https://rigeo.sgb.gov.br/handle/doc/15042